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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A Virgem de Guadalupe: desafio à ciência moderna

Para o ateu moderno, acostumado a dar valor só ao que julga provado pela ciência, o milagre de Guadalupe, no México, é no mínimo constrangedor. Pois a ciência prova que houve milagre!

Valdis Grinsteins
Uma pessoa não totalmente atéia, mas profundamente contaminada pelo pensamento moderno, dizia-me que aquilo que não é provado cientificamente não existe. Mas — típica contradição da alma humana — não queria falar do Santo Sudário de Turim, pois as descobertas científicas sobre ele a abalavam; e se fosse obrigada a olhar o assunto de frente, teria de negar o valor da ciência ou... converter-se.
Vejamos o problema do ponto de vista desses amantes indiscriminados da ciência. Para eles, tudo aquilo que não se demonstra em laboratório entra para o domínio da fantasia. Ciências, com C maiúsculo, são para eles a Física, a Química, a Biologia, etc. Já a História lhes parece suspeita, pois é irrepetível e muito subjetiva, ao depender de testemunhas. Muito mais ainda se for história eclesiástica, e o auge do suspeito lhes parecem as histórias dos milagres. São como o Apóstolo São Tomé, que precisou ver para crer. Para esse tipo de almas incrédulas, que havia até entre os Apóstolos, Nosso Senhor realiza certo tipo de milagres, de forma que não possam alegar a falta de provas. E uma dessas provas é a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, no México.(1)
Breve resumo da história
Imagem miraculosa de Nossa Senhora de Guadalupe
No dia 9 de dezembro de 1531, na cidade do México, Nossa Senhora apareceu ao nobre índio Quauhtlatoatzin — que havia sido batizado com o nome de Juan Diego — e pediu-lhe que dissesse ao bispo da cidade para construir uma igreja em sua honra. Juan Diego transmitiu o pedido, e o bispo exigiu alguma prova de que efetivamente a Virgem aparecera. Recebendo de Juan Diego o pedido, Nossa Senhora fez crescer flores numa colina semi-desértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo. Este o fez no dia 12 de dezembro, acondicionando-as no seu manto. Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada no manto. Muito resumidamente, esta é a história, que foi registrada em documento escrito. Se ficasse só nisso, facilmente poderiam os céticos dizer que é só história, nada há de científico.
Os problemas para eles começam com o fato de ter-se conservado o manto de Juan Diego, no qual está impressa até hoje a imagem. Esse tipo de manto, conhecido no México como tilma, é feito de tecido grosseiro, e deveria ter-se desfeito há muito tempo. No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da imagem, a mais fidedigna possível. Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas fibras de maguey da original. Apesar de todo o cuidado, a tilma se desfez em quinze anos. O manto de Guadalupe tem hoje 475 anos, portanto nada deveria restar dele.
Uma vez que o manto (ou tilma) existe, é possível estudá-lo a fim de definir, por exemplo, o método usado para se imprimir nele a imagem. Comecemos pela pintura. Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn que analisasse três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura. Para surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal, nem mineral, nem animal, nem de algum dos 111 elementos conhecidos. “Erro do cientista” — poderia objetar algum cético. Difícil, respondemos nós, pois o Dr. Kuhn foi prêmio Nobel de Química em 1938.(2) Além do mais, ele não era católico, mas de origem judia, o que exclui parti-pris religioso.
No dia 7 de maio de 1979 o prof. Phillip Serna Callahan, biofísico da Universidade da Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Desejavam verificar se a imagem é uma fotografia. Resultou que não é fotografia, pois não há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para verificar como é a pintura. E constataram que a imagem não está colada ao manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante da tilma. Para os céticos, outra complicação: verificaram que, ao aproximar os olhos a menos de 10 cm da tilma, não se vê a imagem ou as cores dela, mas só as fibras do manto.
Convém ter em conta que ao longo dos tempos foram pintadas no manto outras figuras. Estas vão se transformando em manchas ou desaparecem. No caso delas, o material e as técnicas utilizadas são fáceis de determinar, o que não acontece com a imagem de Nossa Senhora.
Os olhos da imagem
Um olho da Imagem visto de perto
Talvez o que mais intriga os cientistas sobre o manto de Nossa Senhora de Guadalupe são os olhos dela. Com efeito, desde que em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer as surpresas. Devemos primeiro ter em vista que os olhos da imagem são muito pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras! O cientista José Aste Tonsmann, engenheiro de sistemas da Universidade de Cornell e especialista da IBM no processamento digital de imagens, dá três motivos pelos quais essas imagens não podem ser obra humana:
• Primeiro, porque elas não são visíveis para o olho humano, salvo a figura maior, de um espanhol. Ninguém poderia pintar silhuetas tão pequenas;
• Em segundo lugar, não se consegue averiguar quais materiais foram utilizados para formar as figuras. Toda a imagem da Virgem não está pintada, e ninguém sabe como foi estampada no manto de Juan Diego;
• Em terceiro lugar, as treze figuras se repetem nos dois olhos. E o tamanho de cada uma delas depende da distância do personagem em relação ao olho esquerdo ou direito da Virgem.
Esse engenheiro ficou seriamente comovido ao descobrir que, assim como os olhos da Virgem refletem as pessoas diante dela, os olhos de uma das figuras refletidas, a do bispo Zumárraga, refletem por sua vez a figura do índio Juan Diego abrindo sua tilma e mostrando a imagem da Virgem. Qual o tamanho desta imagem? Um quarto de mícron, ou seja, um milímetro dividido em quatro milhões de vezes. Quem poderia pintar uma figura de tamanho tão microscópico? Mais ainda, no século XVI...
Tentativa de apagar o milagre
Assim como meu conhecido não desejava falar do Santo Sudário, outros não querem ouvir falar dessa imagem, que representa para eles problemas insolúveis. O anarquista espanhol Luciano Perez era um desses, e no dia 14 de novembro de 1921 colocou ao lado da imagem um arranjo de flores, dentro do qual havia dissimulado uma potente bomba. Ao explodir, tudo o que estava perto ficou seriamente danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem não sofreu dano algum.
E ainda ela está hoje ali, no templo construído em sua honra, assim como uma vez esteve Nosso Senhor diante do Apóstolo São Tomé e lhe ordenou colocar sua mão no costado aberto pela lança. São Tomé colocou a mão e, verificada a realidade, honestamente acreditou na Ressurreição. Terão essa mesma honestidade intelectual os incrédulos de hoje? Não sei, porque assim como não há pior cego do que o que não quer ver, não há pior ateu do que o que não deseja acreditar. Mas, como católicos, devemos rezar também por esse tipo de pessoas, pedindo a Nossa Senhora de Guadalupe que lhes dê a graça de serem honestas consigo mesmas.
E-mail do autor: valdisgrinsteins@catolicismo.com.br
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Notas :
1. Para a elaboração deste artigo, utilizamos o material publicado no sitehttp://www.reinadelcielo.org/estructura.asp?intSec=1&intId=42, ao qual remetemos os leitores interessados em mais dados.
2. http://nobelprize.org/chemistry/laureates/index.html

sábado, 8 de dezembro de 2012

IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA.

Para a Festa da Imaculada Conceição de Maria, tradicionalmente celebrada em Lyon, na França, com o “Festival das Luzes”, a arquidiocese local lançou um novo apelo a todas as pessoas de boa vontade: “Iluminem também o seu interior”. O cardeal arcebispo de Lyon, Philippe Barbarin, disse que espera que as “jornadas de missão”, de 8 a 11 dezembro, sejam uma oportunidade para “expor a beleza” e “a luz “da Igreja. Cerca de três milhões de pessoas são esperadas em Lyon. Por iniciativa da Igreja, a cidade foi recentemente “invadida” por grandes cartezes que dizem “Obrigado, Maria!”, com uma imagem de Nossa Senhora iluminada por luzes vermelhas, que brilham na escuridão da noite. Uma tradição secular A colina de Fourvière é um lugar simbólico da devoção mariana desde a Idade Média. No século XVII, os cidadãos de Lyon foram poupados da praga que assolava o sul da França ao se colocarem sob a proteção da Virgem Maria. A história das luzes, no entanto, remonta a 1852. O campanário da antiga capela foi reconstruído em Fourvière e deveria ser inaugurado em 8 de dezembro, festa da Imaculada. Naquele dia, uma chuva torrencial caiu sobre a cidade, mas, à noite, o céu se abriu e a chuva parou. A tradição diz que todos os cidadãos, sem terem combinado nada, iluminaram suas casas e seus locais de trabalho, e todos saíram às ruas alegres, cantando hinos a Maria. Desde então, todos os anos, na noite de 8 de dezembro, os cidadãos de Lyon iluminam a cidade para a solenidade da Imaculada Conceição. “Ilumine também seu interior” Falando para “todos aqueles que acendem velas nas janelas na noite da Imaculada Conceição, e para as multidões de visitantes que vêm admirar a nossa bela cidade nesses quatro dias do Festival das Luzes”, o arcebispo de Lyon propõe uma jornada espiritual de redescoberta da interioridade: “Iluminem também o seu interior”. O cardeal Barbarin convida todos a aceitarem o “dom que Deus deposita no coração dos seus filhos quando as portas estão abertas para Ele”. E “se todos os olhos estão voltados agora para Nossa Senhora de Fourvière”, o arcebispo exorta a escutar Maria, que “revela algo do tesouro da sua vida interior”. Os “missionários do dia 8″ Em exortação pelo canal online de TV Lyon Fourvière, o primaz das Gálias convida os fiéis da sua diocese a participarem da “Mission du 8″ (A missão do dia 8), “para sermos numerosos”. Citando “uma das mais fortes frases missionárias de Jesus”, o cardeal recorda aos cristãos: “Vós sois a luz do mundo”. “Há no batismo de vocês uma fonte de luz interior”. Por isso é que o batismo é chamado de “sacramento da iluminação”. O arcebispo disse que espera que a missão “mostre a beleza das coisas: mostre a todos os turistas, peregrinos, visitantes, que há uma luz maravilhosa destinada a eles, e que pode brilhar neles”. Trata-se de “expor a sua beleza”. “Conto com vocês não apenas para o grande espetáculo, mas para ajudar a abrir os corações à luz que refulge em nossa cidade e nos seus edifícios mais bonitos”. Iniciativas para as crianças Um dos slogans destas jornadas é “acolhimento”: nas esplanadas, nas igrejas, em torno de um chocolate quente ou de um vin brulé, durante as visitas ao patrimônio artístico, aos concertos, todos os visitantes serão recebidos pelos “missionários do dia 8”. Para esta recepção, o cardeal aconselha a “disponibilidade” e a “não imposição”. Há três principais lugares da “missão”: a Basílica de Nossa Senhora de Fourvière, a catedral de Saint-Jean e o santuário de São Boaventura. Além destes santuários, contam-se as cerca de trinta paróquias de Lyon. Os visitantes poderão descobrir as riquezas culturais da Igreja através de visitas guiadas, palestras, exposições e concertos. É uma ocasião para conhecer, por exemplo, a restauração da fachada da catedral de Saint-Jean, recém-terminada. As crianças também contam com programação própria durante as procissões, celebrações e orações da família. Neste 8 de dezembro, os visitantes podem participar ainda na subida das tochas, da catedral de Saint-Jean até a basílica de Nossa Senhora de Fourvière. Depois, a missa para os jovens é presidida pelo cardeal Barbarin. Imaculada Conceição, um sinal de esperança Em 8 de dezembro de 1854, com a bula Ineffabilis Deus, o papa Pio IX definiu o dogma nestes termos: “Nós declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que afirma que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em consideração dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original, é uma doutrina revelada por Deus e deve ser, por esta razão, firme e constantemente acreditada por todos os fiéis”. Em outras palavras, é um antegozo, por parte de Maria, dos frutos da redenção operada por Cristo: ela foi preservada, desde a concepção, do “pecado original” que distingue todo ser humano. Para o cristão, lavado do pecado original pelo batismo, ela se torna o modelo da luta por uma vida de santidade. Os cristãos olham para Maria como sendo a promessa de Deus para toda a humanidade. É uma celebração da esperança. Dom Patrick Le Gal, bispo auxiliar da diocese de Lyon, disse que “a salvação vem de Cristo, único Salvador de todos”. Portanto, “a graça da Imaculada Conceição vem de Cristo por antecipação”. “Quando celebramos a Imaculada Conceição, o que comemoramos em primeiro lugar é Cristo e o poder da salvação que Ele opera”. Le Gal observa ainda que, se “hoje se fala mais do festival das luzes do que da Imaculada Conceição, é, talvez, porque o termo ‘Imaculada Conceição’ não seja fácil de entender. Seria desejável que os cristãos, especialmente os jovens, que ainda precisam investir a própria vida, pudessem entender a riqueza da salvação, o poder de libertação que o mistério de Cristo nos proporciona, e do qual a Imaculada Conceição é uma ilustração magnífica”, completa o bispo auxiliar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

SANTO AMBRÓSIO, ROGAI POR NÓS!

Santo Ambrósio de Milão
Conselheiro e pai espiritual de três imperadores romanos, Graciano, Valentiniano II e Teodósio I, Ambrósio é o símbolo da Igreja nascente, após os sofridos anos de perseguições e vida escondida. Foi graças à sua atuação que a Igreja de Roma conseguiu tratar com o poder público sem servilismo. Tanto que Ambrósio chegou a repreender asperamente o imperador Teodósio I, obrigando-o a fazer uma penitência pública por ter massacrado a população da Tessalônica para conter uma revolta. A sua figura representa o ideal de bispo pastor, que se deve impor como símbolo de liberdade e de pacificação para o Povo de Deus. Nasceu em Trèves, atual Alemanha, por volta do ano 339. Era de família cristã: seu pai era alto funcionário do Império Romano, governador de uma província do outro lado dos Alpes, no norte da Itália. Quando o pai morreu, a família foi para Roma, onde Ambrosio estudou direito, retórica e iniciou sua carreira jurídica. Certa vez, estava em Milão quando o bispo morreu. Bom jurista e funcionário imperial, procurou evitar um conflito nas novas eleições eclesiásticas com um discurso firme e muito sensato. Foi tão sereno e equilibrado que, ao final, a assembléia o aclamou o novo bispo de Milão. Muito surpreso, recusou, dizendo que essa não era a sua intenção, até porque era um pecador, e não era ainda batizado, ainda se preparava para esse sacramento. Mas não adiantou. Logo foi batizado e consagrado. Desde então, dedicou-se com afinco ao estudo das Sagradas Escrituras. Não era intelectual, mas suas obras litúrgicas, comentários sobre as Escrituras e tratados ascético-morais o fizeram especialista da doutrina cristã e da arte de administrar a comunidade cristã a ele confiada. A marca do seu apostolado foi impressa pela importância que deu aos valores da virgindade de Maria e dos mártires de Cristo. Considerado o pai da liturgia ambrosiana, recebeu com mérito o título de doutor da Igreja. Os livros de sua autoria que chegaram até nós são, quase todos, a reprodução de suas pregações e sermões. Agostinho, convertido por ele e um dos seus ouvintes freqüentes, conta que o prestígio dos sermões do bispo Ambrósio de Milão era enorme, graças ao eficaz tom de voz e sua eloqüência com a escolha das palavras. Por isso foi chamado de "o apóstolo da amizade". Morreu em Milão, em 4 de abril de 397, uma Sexta-Feira Santa. Santo Ambrósio é venerado no dia 7 de dezembro, data em que, no ano 374, foi aclamado pela população bispo de Milão. 
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